quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Trem doido

De outra encarnação...

Estávamos na estação, à espera do próximo trem. Dois desconhecidos. Eu andava já cansada, de tudo que tinha feito antes de chegar até ali. Ele doente. Abraço de afogado novamente? Dessa vez não, dessa vez nem falaria com ele, talvez dessa vez eu pegasse esse próximo trem, ele pegasse outro, e fôssemos nos encontrar em alguma outra estação. Primavera talvez. Ainda era verão e o aquecimento global me tirava o fôlego infinito de costume.

Ele tem o mesmo nome que eu, e eu adoro esse nome. Adoro seu nome. J'adore son nom. No dia que eu resolvi me dedicar a poesia pensando nele, o telefonei e ele me disse que tinha feito uma poesia pra mim também. Pensei ‘engraçado’.

Como nos diversos universos simultâneos, nos encontramos na mesma estação e podemos pegar trens diferentes ao mesmo tempo... Até da mesma plataforma.
Ele talvez ainda vá pegar mais uma vez o trem do passado. Às vezes ficamos presos e precisamos viajar até lá, quantas vezes preciso for. No momento, tenho que pegar o meu trem do presente. Entrar no vagão, sentar no restaurante e observar da janela a paisagem que se descortina. Campos verdes em movimento, plantações de arroz, chuva, sol, neve, flores, tulipas. Tudo em movimento, a vida em movimento, vida deveria se chamar movimento, ou trem bom sô.

Pesadelo

fui dormi suada
tinha vencido mais uma emboscada
corri de paris a santa cruz
troquei dez vezes de profissao
tingi o cabelo, me bronzeei

no inicio tudo é sonho
voce confia os seus segredos
e como dois namorados saem em busca da aventura

no nosso caso gostavamos de sofia
de viajar num cha de maça
pra nos sentirmos em outro tempo

até que ele chegou,
o terceiro humano,
nos completamos eu com ele.
com ela continuaria tomando cha
comme d`habitude.

a agua de maça
e todo blabla de sofia
pra ela nao eram suficiente.
passei a encontrar
no espelho, debaixo da minha cama
no cabelereiro, na padaria.

mudei de telefone, de email.
enfim consegui despista-la
mas o mundo é pequeno
e a encontro no trem
atras de mim: oi

hoje, vou dormir suada.
e amanha talvez eu mude mais uma vez.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Oceanos

Mulheres desesperadas
se comunicam de além mar
idéias ultrapassam oceanos
e fluem como ondas
acendendo velas de esperança
em nossos corações.

tin tin santé saúde

criação sem crítica solta o verbo
e bota tudo
e faz gostoso...

Cafe Cassis

Noites em branca. Quanto tempo pra escrever um romance?
Muitas doses de licor de cassis
alguns cafes coados

o licor tras o passado
o cafe te joga na real
as palavras fugiram com o romance